O Mito da Ex Louca: como o gaslighting continua mesmo depois do fim

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Relacionamento abusivo é uma experiência que deixa marcas profundas — especialmente na autoestima e na confiança em si mesma.

Em muitos casos, o abuso não termina quando a relação acaba: ele continua vivo nas palavras, nos rótulos, nas histórias contadas pelo abusador.

Um dos exemplos mais perversos dessa continuidade é o chamado mito da ex louca, uma expressão que silencia, ridiculariza e invalida a dor da mulher.

 

Gaslighting e o mito da ex louca: o abuso que não acaba no fim do relacionamento 

 

Gaslighting é uma forma de abuso psicológico em que o agressor manipula a realidade da vítima para fazê-la duvidar de si mesma.

Isso pode acontecer por meio de distorções, omissões e até invenções que confundem e fragilizam a percepção da mulher.

No contexto do pós-relacionamento, essa manipulação ganha uma nova forma: a de um rótulo.

Quando um homem chama sua ex de “louca”, ele não está apenas contando uma versão da história — está reforçando uma narrativa que o favorece e descredibiliza a outra parte.

Essa estratégia é cruel porque transforma a vítima em piada, em exagero, em alguém que “não superou” — quando, muitas vezes, ela ainda está tentando se recompor das violências que viveu.

 

A cultura do silenciamento: por que o mito se espalha tão fácil? 

 

Vivemos em uma sociedade que ainda questiona mais a mulher que denuncia do que o homem acusado.

Por isso, o rótulo da “ex louca” encontra solo fértil para crescer e se espalhar — especialmente quando ele serve para proteger a imagem do abusador.

Esse termo é uma forma de gaslighting coletivo: ele desacredita a fala da mulher antes mesmo que ela tenha a chance de ser ouvida.

E mais do que isso: ele provoca vergonha, medo e isolamento, dificultando ainda mais que ela procure ajuda ou compartilhe o que viveu.

 

Os efeitos do gaslighting na saúde mental 

 

O gaslighting constante faz com que a vítima comece a duvidar de sua própria percepção da realidade.

Ela pode se sentir confusa, culpada, ansiosa e até mesmo acreditar que está enlouquecendo.

Essa manipulação mina a autoestima, o senso de identidade e a confiança em suas emoções e decisões.

O resultado é um estado de alerta constante e a sensação de que nunca se pode confiar em si mesma — justamente o oposto do que é necessário para sair de uma relação abusiva.

 

Frases comuns que reforçam o mito da “ex louca” 

 

Algumas frases, mesmo que pareçam inofensivas, ajudam a perpetuar essa narrativa cruel:

  “Minha ex era surtada.”

  “Ela inventava coisa na cabeça dela.”

  “Fazia drama por tudo.”

Essas falas deslegitimam a dor da mulher e escondem comportamentos abusivos por trás de piadas ou rótulos superficiais.

 

Violência psicológica é real e tem números 

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, mais de 25 milhões de mulheres relataram ter sofrido algum tipo de violência — e a psicológica aparece entre as mais comuns.

Esse tipo de agressão, embora invisível, deixa marcas profundas e duradouras, exigindo cuidado, escuta e apoio.

 

 

Recuperar a própria narrativa é parte da cura 

 

Quando uma mulher é chamada de “louca” por reagir à dor, ela está sendo punida por sentir.

Mas há um movimento de resgate acontecendo. Um movimento de mulheres que estão dizendo:

“Eu não sou louca. Eu fui manipulada. Fui abusada. E agora, estou acordando.” 

Recuperar a própria história é um passo fundamental na reconstrução da autoestima.

É preciso separar o que foi real do que foi projetado, o que foi vivido do que foi inventado.

E para isso, o primeiro passo é: acreditar em si mesma de novo. 


“Você não precisa voltar a ser quem era antes. Você pode ser algo novo, ainda mais forte.” — Mayra Cardozo 

 

Veja também: 

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Você não está sozinha. 

Se algum dia te chamaram de “louca” por reagir, por sentir ou por tentar se proteger, respira fundo:

isso diz mais sobre eles do que sobre você. 

Sua história importa. Sua voz importa.

E existe um caminho de volta — pra você, com você e por você. 💜

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